quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Aí eu li... O cavaleiro mercenário

Livro da Margaret Moore que foi editado pela Harlequin Brasil na edição 34 (especial) da série Romances Históricos, com o subtítulo de "Senhoras do destino". Na contracapa:
"Lady Katherine Dumonde e sir Rafe Bracton são duas almas amarguradas que ao se conhecerem redescobrem as alegrias de um amor inesperado. Rafe é um cavaleiro errante, que sai pelo mundo em busca de um lugar para si. Ao chegar à mansão de Katherine, ele pretende apenas se abrigar de uma intensa nevasca. Mas acaba se encantando pela bela anfitriã, que embora muito severa, ainda traz acesa em seu coração a chama do desejo."

Cuidado, spoiler a seguir
(se você não quer ficar sabendo da trama, não leia)
Sir Rafe é pego no meio de uma tempestade, na época do Natal, e procura abrigo na mansão de Lady Katherine. Apesar de não confiar no cavaleiro, e contra todas as suas convicções, ela o acolhe. Ele é tudo que ela não é: alegre, brincalhão, beberrão, sem raízes. Ela é uma viúva que ensina jovens da nobreza a serem castelãs - inclusive essa informação foi dada no livro 'A substituta'. Muito séria e independente, ela abomina os modos e convicções dele, que por sua vez não entende sua sisudez. O que os dois não sabem é que abaixo da fachada de cada um, ambos são extremamente solitários. Devido a uma noite passada juntos no estábulo cuidando de um cavalo doente, eles se conhecem melhor, trocam confidências, algumas carícias... mas só carícias. Um padre desconhecido por Lady Katherine chega à mansão para celebrar a missa de Natal, e começa a questionar as idéias da castelã. Quando Sir Rafe invade o quarto dela e se declara, ouve a confissão do porquê dela para desconfiar dos homens: quando era adolescente, se apaixonou e se entregou a um cara daquele tipo "kiss and tell"e para esconder a vergonha, se casou com um homem que não queria. Na conversa, convida Sir Rafe para passar a noite com ela. Eles fazem amor, mas ela acorda sozinha. Contra todas as evidências, ela acredita que não foi abandonada pela segunda vez, e é surpreendida por um presente de Natal inusitado oferecido pelo seu amor. Tão lindinho que dá vontade de chorar, ai ai...
Comecemos pelo começo: o título é fraco, poderiam ter usado o original (O cavaleiro errante) (depois a gente entra na discussão sobre o que as editoras e tradutores de romance pensam sobre as leitoras). Apesar do título, a história é muito bonitinha (não é pejorativo) e super romântica. Eu particularmente gosto do estilo, há quem não goste. O que mais me chamou a atenção foi que a autora fugiu daquele esteriótipo: mocinho rico, o mais valente, o mais valoroso, o mais bonito, o mais tudo. O mocinho não é nada disso, mas é tão humano, tão verossímil, tão fofo que acaba te conquistando. E a mocinha também foge dos esteriótipos. É mais velha, e parece que, hoje, não estar na casa dos vinte é quase um pecado capital. Uma questão muito legal levantada é exatamente o amor naquela época da vida em que o amor não é mais esperado, em que a pessoa acha que sequer tem o direito de amar. Eu recomendo.